Um filósofo noir
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Um filósofo ás escuras, repetindo o fenômeno descrito por Platão. Diante de um quadro negro descrevendo o que acontece lá do lado de fora, Escrevendo na lousa branca, tal como os pichadores em uma parede. A repetição dos atos em escritos rupestres. E em uma sala escura vendo imagens que se formam na parede, a partir de um foco de luz. Por vezes até na palma da mão.
A nave Google faz uma viagem no espaço junto com Carl Sagan, em filmes seriados. Com o Google Earth, se aproximando do planeta, separam-se as terras das águas. Aproximando-se da Terra, alguém fala no fundo da sala “Que haja luz". E a luz surge ao entrar na atmosfera. E tudo pode ser bom. Do pó vieste e ao pó retornarás, ao pó das estrelas. As estrelas salpicadas no céu. O homem veio de algum lugar no espaço. Prepara-se agora para voltar depois de quase extinguir o planeta. O momento agora é de preservação e recuperação para não levar um karma planetário. Os bens e artefatos já não mais são duráveis.
Os filósofos já não fazem mais filosofia, são meros estudantes de história, a história da filosofia. Fazem a cronologia dos antigos pensadores para oferecer a seus alunos. Repetem conceitos aprendidos na faculdade, que o formaram como professor a partir de uma ideologia dominadora e capitalista. Formar formadores para abastecer as escolas que seguem uma regra didática, com uma direção de domínio. A mesma ideologia imposta a sociedade, mostrando que dependem da escola para obter um conhecimento. É preciso haver escolas e professores para fomentar o domínio, sustentado por pais e alunos.
E do fundo da caverna de Platão com suas críticas kantianas puras e práticas, ele chega nas redes sociais para apresentar uma ética, como Aristóteles a Nicômaco. Com olhar de Crátilo faz uma correção aos nomes e as postagens que indicam uma opinião dialética. Do alto da montanha com sua postura professoral se reconhece um zarathustra.
Só lhe resta uma alternativa, ao filósofo acostumado com salas osmóticas. Criar um outro perfil na rede social. E então poderá fazer os seus discursos, tal como os filósofos, poderá ser o seu próprio interlocutor. Lendo e escrevendo, perguntando e respondendo..
E então poderá parar de caçar pirilampos em noites de Lua.
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